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#UfraSuasRaízesSuasHistórias: Calzavara, da Itália para a agronomia feita na Amazônia

  • Publicado: Quinta, 17 Abril 2025 15:45
  • Última Atualização: Sábado, 19 Abril 2025 08:10

Batista Benito Gabriel Calzavara chegou ao Brasil ainda criança, em um navio vindo da Itália. Se estabeleceu no Nordeste, onde se formou em agronomia. Após formado, recebeu um convite para ser docente na primeira turma da Escola de Agronomia da Amazônia (EAA). E aceitou. Assim começa a história da família Calzavara na Ufra. 

Dos cinco filhos de Batista (Nina Rosa, Carla, Gina, Bruna e Benito), dois seguiram a profissão do pai e ainda se formaram na Ufra: Carla e Benito. Gina Calzavara, embora não seja agrônoma de formação, seguiu os passos da família e tem uma série de projetos de paisagismo na Ufpa, onde é responsável pelo Bosque Benito Calzavara, que homenageia o pai. 

Conhecido pelos alunos por ser um professor rígido e exigente, Batista Calzavara era diferente com os netos. “Meu avô era um cara sensacional e divertido. Era muito inteligente, as pessoas sabiam disso. Mas ele sempre foi muito simples, sentava no bar para conversar com os produtores como um amigo, nisso ele estava dando uma assistência técnica sem perceberem”, diz Bruno Calzavara Flores. 

Dos oito netos, Bruno foi o único que seguiu a profissão do avô e dos tios, se graduando também na Ufra. A irmã, Carime, se formou em Medicina Veterinária. “Minha mãe prometeu que o primeiro filho dela se chamaria Bruno, em homenagem ao meu avô, que tinha o sonho de ter um filho com esse nome. E acabei sendo o único neto que seguiu a carreira dele”, diz.

Bruno diz que tem muito orgulho da história da família nas ciências agrárias. E que sonha seguir o exemplo do avô. “Eu decidi fazer agronomia quando ainda estava na oitava série. Naquele ano meu avô recebeu uma homenagem em um evento e lembro que durante a palestra dele, achei muito interessante e pensei que um dia queria ser assim. E decidi fazer agronomia”, recorda.

Batista Calzavara foi um dos pioneiros da pesquisa sobre frutíferas nativas e exóticas aclimatadas na região. Deixou alguns registros em relatórios, onde menciona, em 1959, no município de Cametá, o cupuaçuzeiro sem sementes. Em 1960 implantou viveiro para enxertia dessa árvore típica da Amazônia.

Atualmente cursando doutorado em Agroecologia na Universidade do Estado do Maranhão (Uema), ele planeja também seguir a docência. “Meu avô era professor de fruticultura, mas eu nunca assisti uma aula dele. Aqui no estágio de docência vou pela primeira vez dar aula nessa área. E o professor que vai supervisionar meu estágio de docência conheceu o meu avô, ja leu as publicações dele. Não vou ser professor de fruticultura, mas vou poder dar aula nessa área como meu avô fez um dia, pelo menos por algum período”, afirma. 

Um sonho, que gostaria de realizar na Ufra. “A universidade tem um papel fundamental na formação de profissionais capacitados no Norte. Dar aula nas mesmas salas que meu avô um dia já lecionou, seria incrível”. 

Batista Calzavara faleceu em 2011, um ano depois da formatura de Bruno. Um dia, durante uma conversa, Bruno perguntou ao avô o que era preciso para ser um grande professor. “Eu nunca esqueci, ele me disse que eu precisava estudar muito, porque eu até podia não ter a resposta na hora que um aluno me fizesse, mas na próxima aula eu precisava ter’, finaliza. 

*Entrevista para a jornalista Vanessa Monteiro, da Ascom Ufra, em 14 de abril de 2025. 

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#UfraSuasRaízesSuasHistórias

A Ufra completa 74 anos de tradição, ciência e ensino na região amazônica. A universidade não só forma profissionais, como também une gerações e faz parte da vida e da memória de muitas famílias.

Nessa série, reunimos depoimentos de algumas dessas famílias, que se orgulham de fazer parte da jornada da primeira universidade federal rural do Norte do país. Neste texto, um pouco da família Calzavara.

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