Caminhada Down chama atenção para a inclusão de pessoas T21
No próximo domingo (23) Belém recebe a 11ª Caminhada Down, um evento dedicado à disseminar informações sobre a trissomia 21 (T21), popularmente conhecida como “síndrome de down”. A caminhada ocorre das 08h às 13h, na Praça Batista Campos e é realizada pela Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), a partir do Núcleo Amazônico de Acessibilidade, Inclusão e Tecnologia (ACESSAR Ufra) com o apoio e organização de instituições parceiras que atendem Pessoas com Down. No local também serão oferecidos serviços como emissão de documentos e ações de saúde, além da exposição do trabalho de escolas, ongs e órgãos voltados ao atendimento de pessoas com deficiência.
Caminhada visa a inclusão de pessoas com Síndrome de Down. (Foto de 2024. Arquivo Acessar)
A data foi escolhida em alusão ao Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado no dia 21 de março e reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2012. “Este será um momento em que a sociedade terá a oportunidade de conhecer várias instituições que trabalham com este público apresentando as ações e serviços que desenvolvem. Também serão apresentadas atrações culturais e momentos em que as Pessoas com T21 terão a oportunidade de falar sobre a sua condição e educar a sociedade para a eliminação de barreiras e como cada cidadão pode contribuir para a inclusão e ser rede de apoio”, explica a professora Andrea Miranda, coordenadora do Núcleo Acessar Ufra.
Este ano o tema da caminhada é “Suporte a quem precisa e todos juntos pela inclusão: seja rede de apoio!”. Foto: arquivo Acessar
Este ano, a Federação Internacional de Síndrome de Down trouxe como tema “Suporte a quem precisa e todos juntos pela inclusão: seja rede de apoio!”, alertando para a exclusão a que pessoas com a síndrome e seus familiares são submetidos na sociedade. “Ainda se tem a visão de que pessoas com deficiência intelectual não consegue aprender, quando na verdade o processo de aprendizado é que é diferente. Então precisamos ter metodologias para fazer esse ensino-aprendizado acontecer. Isso perpassa por formar profissionais com conhecimento em acessibilidade, ter planos curriculares nos cursos que incluam a disciplina de acessibilidade e políticas públicas que fortaleçam essas ações, para que as pessoas com deficiência consigam se desenvolver”, explica a professora Andrea Miranda.
Caminhada ocorre em alusão ao Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado no dia 21 de março. Foto: arquivo Acessar
Um dos que já confirmaram presença na caminhada é Romeu Neto. Pessoa com T21 e Habilitado em Turismo e Hotelaria, ele já recebeu o título de Guia Oficial da Ufra, honraria concedida pela reitora da instituição, professora Herdjania Veras de Lima. Isso porque Romeu gosta de apresentar a universidade a visitantes novos e está à frente do projeto Escola de Guias da Amazônia (EGA), no Acessar Ufra. “Comecei a ser guia pela Apae, mostrando a cidade para as pessoas da associação. Na Ufra, eu também trago pessoas da Apae para conhecer a universidade. Nós primeiro passeamos, eu mostro os lugares, explico, depois convido para que eles apliquem esse conhecimento, caso tenham interesse em ser guias também”, lembra.
Romeu Neto recebeu o título de Guia Oficial da Ufra, honraria concedida pela reitora da instituição
O Núcleo Acessar Ufra existe desde 2011 e possui vários projetos e atividades voltados à inclusão da pessoa com deficiência. “Nós queremos mostrar que pessoas com down e pessoas com deficiência de modo geral não são incapazes, que esse olhar da sociedade ainda é capacitista, mas pode mudar”, explica a professora Andréa Miranda.
Além do Ega, outro projeto que o Acessar oferece especificamente para o público com down está o “Down Norte”, que tem o objetivo de formar “autodefensores”, onde os participantes tem aulas sobre legislação, direitos e deveres das pessoas com deficiência. No projeto Down Norte o objetivo é que eles tenham autonomia suficiente para que não necessitem de outras pessoas, especialmente em questões de saúde, educação e acesso a serviços. Pessoas com T21 também participam do “Contando Histórias”, em que as pessoas relatam suas histórias de vida e como conseguem transpor algumas das principais barreiras de acesso. O resultado se transforma em exposição de fotografias, acessível a diversos públicos, com QR code, braille, Libras e audiodescrição.
Estima-se que, no Brasil, 1 em cada 700 nascimentos ocorre o caso de trissomia 21, que totaliza em torno de 300 mil pessoas com síndrome de Down. Foto: arquivo Acessar
As pessoas com Down, ou trissomia do cromossomo 21 (ou T21, como também são chamadas) têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população. Segundo a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, estima-se que no Brasil, 1 em cada 700 nascimentos ocorre o caso de trissomia 21, que totaliza em torno de 300 mil pessoas com síndrome de Down.
Para quem quiser saber mais sobre os serviços oferecidos pelo Acessar, acesse: @nucleo_acessar_ufra ou envie email para acessar@ufra.edu.br
Texto: Vanessa Monteiro, jornalista, Ascom Ufra
Fotos: arquivo Acessar Ufra
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