Conexões científicas: evento reúne mulheres cientistas na universidade
Pensando nas mulheres cientistas que atuam na região, a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), a partir do Instituto Socioambiental e dos Recursos Hídricos (Isarh), sedia nesta terça feira (11) o “Conexões Científicas Isarh: mulheres e meninas transformando o futuro da pesquisa”. O evento ocorre em celebração ao Dia das Meninas e mulheres na ciência, data instituída pelas Nações Unidas como uma forma de estimular e valorizar as descobertas e contribuições fundamentais das mulheres, nas áreas de pesquisa científica e tecnológica.
Das 8h45 às 11h30, no Pavilhão de Salas de aula, no campus Belém, será possível conhecer as pesquisas de pelo menos 17 cientistas, incluindo professoras de pós-graduação da universidade, convidadas e alunas dos cursos de pós-graduação. Apresentando trabalhos em diferentes áreas de atuação, elas vão debater sobre pesquisa embarcada; solo; ecologia; sustentabilidade; bioeconomia e biotecnologia.
Segundo a professora Suzana Romeiro, uma das coordenadoras do evento, a data é uma oportunidade para refletirmos sobre os avanços que já foram feitos, mas também sobre os desafios que ainda existem. “A presença de mulheres na ciência tem crescido nos últimos anos, mas ainda há muito a ser feito para garantir que elas tenham as mesmas oportunidades de participação, reconhecimento e sucesso. É um dia também para homenagear estas cientistas e reconhecer o impacto transformador que as mulheres têm na inovação científica e também, para debater estratégias para fortalecer as conexões entre pesquisadoras nos diferentes níveis de carreira”, diz.
A palestra de abertura terá a presença da pesquisadora Silvia Matergan, docente da Universidade Federal do Pará (UFPA), embaixadora do movimento “Parents of science” - região Norte (Pais na Ciência) e membro pleno da Organização para mulheres na ciência do mundo em desenvolvimento (OWSD). A pesquisadora falará ao público presente sobre “Maternagem na academia, desafios e perspectivas”.
Em seguida é a vez de ouvir o que as mulheres do Isarh tem a dizer sobre a experiência de embarque para a pesquisa oceanográfica. Segundo a professora Xiomara Diaz, bióloga marinha e doutora em Oceanografia, ter a vivência da pesquisa em alto mar é essencial para o desenvolvimento profissional de quem trabalha nessa área. A professora já esteve em expedições nacionais e internacionais e diz que sempre que existe a possibilidade de embarcar, ela é a primeira a se disponibilizar a ir. “Muitas coisas que vemos nos livros, mas só aprendemos fazendo. A prática é fundamental na oceanografia. Aprendemos sobre navegação e sobre coisas que vão nos ajudar não só dentro do embarque, mas para qualquer situação de emergência na vida”, diz.
Mesmo assim, as mulheres ainda encontram dificuldades impostas por conta do gênero. Segundo a pesquisadora, por muito tempo os embarques não permitiam mulheres. “Teve toda uma luta para isso começar a mudar. Ainda tem situações de assédio e ainda é um espaço muito masculino”, afirma Xiomara Diaz.
Mesmo com essas dificuldades, a professora aconselha: “Insistam sempre, porque as possibilidades aumentaram”, diz. Para a professora Suzana Romeiro, que atua na área de manejo, conservação do solo e recuperação de áreas degradadas, o evento também tem o objetivo de servir de inspiração para que mais meninas se interessem pela ciência, a partir do exemplo de outras mulheres. “Ao promover a visibilidade de algumas das docentes pesquisadoras do ISARH na ciência, podemos também criar modelos e referências para as futuras gerações”, diz.
Redes Sociais