MEC seleciona duas propostas da Ufra para Programa de Educação Tutorial
O Ministério da Educação (MEC) divulgou na última sexta-feira, 18, o resultado da seleção para a criação de novos grupos do Programa de Educação Tutorial (PET). Instituições públicas de ensino de todo o Brasil enviaram suas propostas, a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) teve duas propostas selecionadas, uma para o campus de Capanema e outra para Capitão Poço, sendo uma das poucas universidades a aprovar mais de um grupo.
Os grupos do Programa de Educação Tutorial atuam na consolidação do tripé entre ensino, pesquisa e extensão, visando o desenvolvimento integral dos estudantes ao longo da graduação nas instituições de ensino superior. Os grupos são formados por um docente tutor e por 4 a 12 bolsistas.
Para a reitora da Ufra, professora Herdjania Veras de Lima, a aprovação dos novos PETs é um avanço para a instituição que agora poderá contar com o grupo em dois campi que não possuíam o programa.
"Ficamos muito felizes com a aprovação desses novos dois projetos de grupos PET, especialmente porque estão indo para o interior, para os campi de Capanema e Capitão Poço, onde antes não tínhamos. É uma grande oportunidade, pois além do incentivo que recebe o professor, que vai ser o tutor, e todos os discentes pela bolsa associada ao programa PET, para nós é muito importante também porque, através desse programa, se dá novas oportunidades na formação dos nossos alunos, na indissociação do ensino, pesquisa e extensão, que é muito importante. Então acredito que a Ufra avançou muito em relação a essa questão e especialmente no interior, que foi o nosso foco nesse momento", afirmou a reitora.
Por meio de chamada interna e análise técnica do Comitê de Acompanhamento e Avaliação de Novas Propostas do PET (CAANP), a Pró-reitoria de Ensino (Proen) da Ufra selecionou três propostas para criação de novos grupos PETs para concorrer ao Edital nº 4/2024 do MEC. Das três propostas, duas foram selecionadas:para a criação do PET Rede de Integridade da Informação, no campus Capanema, e PET Engenharia Florestal e Agronomia, do campus Capitão Poço.
“A conquista de dois novos grupos PET na Ufra representa um triunfo histórico para a nossa instituição e foi ainda mais desafiadora devido à grande concorrência entre as universidades e institutos federais de todo Brasil”, comentou o professor João Almiro, pró-reitor de ensino.
A proposta do PET em Capitão Poço concorreu no Lote V, sobre “Rede de Manejo Florestal Comunitário na Amazônia”, e obteve a segunda melhor nota do lote, que teve 17 propostas entre selecionadas, não selecionadas e desclassificadas. As cinco principais atividades desenvolvidas pelo grupo serão: Formação de agentes multiplicadores do Manejo Florestal Comunitário; Bioeconomia para o manejo florestal comunitário; Restauração florestal como mecanismo para o manejo florestal sustentável; Manejo e produção em sistemas agroflorestais; Desenvolvimento de novos produtos do Manejo Florestal Comunitário e sistemas agroflorestais. Alunos de Engenharia Florestal e Agronomia poderão fazer parte do PET em diferentes atividades.
O nome do grupo será “Rede de Bioeconomia e Manejo Florestal Comunitário do Nordeste Paraense”. A professora e vice-diretora do campus, Pamella Reis, foi quem propôs o projeto e diz que a criação do grupo PET no campus de Capitão Poço é fundamental para a consolidação do ensino, pesquisa e extensão.
“A criação do PET almeja valorizar e solidificar o trabalho já desenvolvido por professores, técnicos e acadêmicos, refletindo em maior valorização e interesse pelos cursos ofertados no campus, combate à evasão, redução das taxas de retenção e eventuais transferências para outros centros educacionais. Além disso, a presente proposta, fundamentada na importância do Manejo Florestal Comunitário na Amazônia, estimula o aumento do conhecimento sobre o manejo florestal sustentável, possibilita a transferência de conhecimento da academia para as comunidades tradicionais e garante que os saberes tradicionais sejam valorizados com o estímulo da troca de conhecimento”, afirmou a professora.
Concorrendo no Lote I, sobre “Rede de Integridade da Informação", a proposta do PET em Capanema ficou com a quinta melhor nota do lote, que contou com 87 propostas no total. O grupo de Capanema irá trabalhar temas como educação midiática, mudanças climáticas e alfabetização financeira. Poderão participar discentes dos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Licenciatura em Ciências Biológicas e Engenharia Ambiental e Energia Renováveis.
A professora Neuma dos Santos, foi a proponente do projeto em Capanema e diz que a criação do primeiro PET do campus representa um fortalecimento acadêmico e detalha como irá impactar a comunidade interna e externa. “Os discentes terão oportunidade de participar dentro de um grupo de atividades de ensino, pesquisa e extensão em temas atuais. As bolsas que serão ofertadas é um incentivo a permanência desses estudantes que enfrentam dificuldades financeiras para se manter na universidade. Para a comunidade acadêmica em geral serão ofertadas atividades de formação por meio de oficinas e minicursos. Para a comunidade externa haverá uma interação por meio do projeto de extensão; essas ações causarão impacto na comunidade local. A criação de um PET sempre reflete para a universidade e, nesse caso, em um campus do interior um compromisso com a excelência acadêmica e a busca de oportunidades para a melhoria da formação de seus estudantes”, afirmou.
Segundo a Pró-reitoria de Ensino (Proen), há previsão de 24 bolsas para discentes e duas para tutores para os novos PET, que serão distribuídas via processo seletivo, além de recursos de custeio dos grupos.
Os alunos com dedicação integral às atividades do PET recebem R$ 700 como bolsa de iniciação científica. Os professores tutores dos grupos com título de mestre recebem R$2.100, já os com título de doutor a bolsa é de R$3.100.
A Ufra já conta com seis PETs, sendo cinco no campus Belém e um em Paragominas, são eles: PET Agronomia; PET Florestal; PET Pesca; PET Solos; PET Veterinária e PET Conexão de Saberes.
Texto: Bruno Chaves, jornalista, Ascom Ufra
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