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Pesquisas da Ufra são apresentadas no Chocolat Amazônia 2024 - Festival Internacional do chocolate e cacau

  • Publicado: Quarta, 25 de Setembro de 2024, 12h20
  • Última atualização em Quarta, 25 de Setembro de 2024, 16h09

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Responsável por 46,8% da produção brasileira de cacau, o Pará disputa com o estado da Bahia a liderança nacional pela produção do fruto. A Bahia responde por 46,94% da produção. Nos últimos dez anos, o Pará foi o grande responsável pelo incremento produtivo de amêndoas, apresentando um crescimento de 5,4% ao ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O investimento em trabalhos inovadores e com resultados relevantes para a cacauicultura da região é fundamental para que o estado avance nesse ranking, o que tem sido feito a partir de instituições como a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). As mais recentes pesquisas da Ufra nessa área serão apresentadas durante o “Pitch Acadêmico”, programação que faz parte do Chocolat Amazônia 2024 - Festival Internacional do chocolate e cacau, evento que ocorre de 26 a 29 de setembro, no Hangar Centro de Convenções, em Belém.

O “Pitch Acadêmico” será realizado no dia 28 de setembro, das 8h30 às 12h, na Sala Pará. É o momento em que o evento é dedicado à Ciência, tecnologia, inovação e sustentabilidade na cadeia produtiva do cacau na Amazônia paraense. No evento, estudantes, produtores, empresários, agentes financeiros e demais interessados terão acesso a nove pesquisas orientadas por professores da Ufra.

Programação

A programação inicia com as boas-vindas e um diálogo sobre a importância das pesquisas discutidas no painel acadêmico, o que será feito pela professora Antônia Bronze, pró-reitora de extensão da Ufra, junto a representantes da SEDAP, SEAF e UFPA. 

Os trabalhos estão divididos em três painéis, moderados por pesquisadores da Ufra e com a coordenação das sessões feita pelo professor Marcos Santos (PpgAgro/Ufra). O painel “Sistemas de produção sustentáveis” será moderado pelo professor João Paulo Borges de Loureiro; o de “Tecnologia de produtos e processos” pela professora Carissa Michelle Goltara Bichara e o de “Socioeconomia e desenvolvimento regional” pela professora Cyntia Meireles Martins.

As pesquisas

Das 12 pesquisas apresentada no Pitch acadêmico, três são da UFPA e nove são da Ufra.

Uma das pesquisas foi realizada na região do Baixo Tocantins, sobre o cacau de várzea ou cacau nativo. Diferente do cacau cultivado em terra firme, que é plantado de modo convencional, com irrigação e adubação; o cacau de várzea cresce na floresta, entre outras árvores, sem necessidade de aditivos químicos e adaptado ao regime das águas dos rios amazônicos. Essas características únicas tornam a amêndoa do cacau nativo um produto valioso, especialmente no mercado internacional de chocolates finos.

“A maré deposita sedimentos no solo de várzea. Antes imaginávamos que a maior contribuição era da vegetação que cai e forma material orgânico. Mas o que estamos observando é que o material que vem em suspensão na água tem uma contribuição muito grande para o cacau. A água carrega macro e micronutrientes, ricos em cálcio, potássio, magnésio, ferro, zinco além de compostos orgânicos. São esses nutrientes que vão ser absorvidos pelas raízes do cacau, e nutrir cada planta e fruto de forma diferenciada”, explica a professora Socorro Progene, que orientou a pesquisa que será apresentada.

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Cacau de várzea é tema de um dos trabalhos apresentados. Foto: projeto @cacaunasilhas 

As outras oito pesquisas, de cacau cultivado, foram desenvolvidas na Região de Integração do Xingu, área composta por 10 municípios localizados às margens da Rodovia Transamazônica, no Sudoeste do estado do Pará. Juntos, esses municípios são responsáveis por uma área cultivada de 113,5 mil hectares de cacau, representando uma produção de aproximadamente 120 mil toneladas de amêndoas. As pesquisas foram realizadas a partir de uma turma ofertada fora de sede do Programa de Pós-graduação em Agronomia (PgAGRO) da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), em parceria com a Universidade Federal do Pará (Ufpa), campus Altamira.

Segundo o professor Marcos Santos, que coordenou o programa pela Ufra a região da Transamazônica responde por 19,2% da área total cultivada no país e detém 43,2% da produção brasileira de cacau. “Essa região é um dos principais polos de produção de cacau do Brasil e da América Latina e também se destaca em termos de produtividade. A média nacional é de apenas 465 kg de amêndoas por hectare, mas na Região do Xingu, em municípios como Medicilândia, essa média é de aproximadamente 1.200 kg por hectare”, explica. Segundo ele, ainda há potencial de ampliar substancialmente essa produtividade a partir da adoção de inovações tecnológicas nos sistemas de produção.

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Oito pesquisas foram desenvolvidas na Região de Integração do Xingu. Foto: arquivo PPGAgro

 

O professor, que também vai coordenar as sessões, diz que investir na produção de cacau configura uma ótima oportunidade de negócio, principalmente pela rentabilidade associada aos bons preços no mercado internacional.

“Além do destaque em termos quantitativos de produção, o Pará também se beneficia de condições agroclimáticas favoráveis, possuindo práticas de manejo sustentáveis em áreas de cultivo em Sistemas Agroflorestais e também nas áreas onde ocorre o extrativismo vegetal de cacaueiros nativos. Adicionalmente, há uma demanda crescente por chocolates. A combinação desses fatores pode estimular o crescimento sustentável da produção”, diz.

A programação completa está disponível no site do evento: https://para.chocolatfestival.com/  

 Texto: Vanessa Monteiro, jornalista, Ascom Ufra

Dados IBGE: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/1613 

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