Ufra celebra 50 anos do curso de Medicina Veterinária
A Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) realizou na tarde desta segunda-feira, 9, um evento em homenagem aos 50 anos do curso de Medicina Veterinária da instituição e em comemoração ao Dia do Médico Veterinário. A cerimônia ocorreu no Prédio Central, no campus Belém, e foi idealizada e organizada pelo Centro Acadêmico de Medicina Veterinária (Camvet) em conjunto da coordenação do curso e a direção do Instituto da Saúde e Produção Animal (Ispa) da Ufra.
O evento contou com a presença da reitora da universidade, professora Herdjania Veras de Lima, que na oportunidade falou sobre a importância do curso de Medicina Veterinária para a instituição e agradeceu os profissionais e alunos que fazem o curso ser a referência que é hoje em dia. “São dias muito especiais que estamos vivendo. São 50 anos do curso e podemos comemorar o momento em que a Medicina Veterinária saiu de Belém. Para nós foi muito importante. Precisamos atuar em várias outras regiões que precisam da nossa ajuda pelo contexto diferente e que possuem uma demanda por médicos veterinários, como o Marajó”, afirmou. Portel, localizado no Arquipélago do Marajó, foi o primeiro município do Pará a receber o curso de Medicina Veterinária da Ufra ofertado fora da sede em Belém.
Estiveram presentes também durante a cerimônia a coordenadora do curso de Medicina Veterinária, professora Alanna Lima; a diretora do Ispa, professora Michele Velasco; a diretora do Hospital Veterinário Prof. Mário Dias Teixeira – Hovet, professora Déborah Oliveira; e a presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Pará (CRMV/PA), professora Nazaré Fonseca.
O discente Patrick Neves, presidente do centro acadêmico, conta que o evento foi organizado com o objetivo de homenagear a primeira turma do curso na Ufra, celebrar a profissão de médico veterinário e, juntamente, reunir a comunidade do curso de Medicina Veterinária da universidade. De acordo com ele, essa data é muito importante para a história da veterinária na Amazônia e para a história da Ufra. “O curso de Medicina Veterinária aqui na Ufra é o mais antigo aqui na região norte do Brasil. Hoje conseguimos reunir grandes profissionais da área no evento. É muito importante lembrar deste momento porque hoje a veterinária representa muitas coisas na sociedade, desde a comida que a gente come no dia a dia; a nossa alimentação; os animais de produção; os animais de companhia doméstica e toda uma cadeia de animais selvagens que é importante ter veterinários para cuidar e preservar”, afirmou.
Atualmente, como parte do corpo docente do curso de Medicina Veterinária na Ufra, o professor Raimundo Nonato Moraes Benigno foi aluno da primeira turma do curso e conta que nem sempre a veterinária foi uma de suas opções de carreira. “Eu estava me preparando para fazer universidade, mas para áreas de exatas. Durante o intervalo de tempo que eu estava estudando no cursinho surgiu a informação de que a Ufra estava oferecendo um novo curso, que era o de Medicina Veterinária. Quando chegou o momento da inscrição do vestibular, eu me desafiei e coloquei o curso como primeira, mesmo sabendo que a procura iria ser maior. Eu queria trabalhar, não pensava em seguir na carreira de docente, queria trabalhar na época para ajudar os meus pais”, disse.
O professor Benigno também comentou da evolução do curso durante esses 50 anos. “Se comparar o espaço de tempo entre a minha formação, que foi em 1977, com a geração agora de 2024, não tenho dúvida que eles estão muito mais preparados. Ao longo do tempo, o curso de veterinária foi evoluindo, tanto que aumentou a carga horária do curso, o número de disciplinas e o tempo de conclusão, além da questão tecnológica”, disse.
O professor Haroldo Francisco Lobato Ribeiro também é docente da Ufra atualmente. Ele conta que para ele foi uma dádiva ter feito parte da primeira turma de Medicina Veterinária da universidade, pois teve a oportunidade de fazer coisas que, há 50 anos atrás, não eram possíveis na região. O professor foi o primeiro profissional a fazer uma inseminação artificial em búfala na América Latina.
“Depois de um tempo fui escolhido como professor aqui da universidade e faço isso com muito amor. Gosto muito de passar o aprendizado que tive para outras pessoas, principalmente na medicina veterinária, que foi aquilo que eu me formei. Sempre temos que estar estudando, se especializando e qualificando. Dentro da universidade nós aprendemos os preceitos, os procedimentos, mas você precisa completar todo esse profissional. O conselho que eu dou aos novos médicos veterinários é que sigam esse caminho de se qualificar”, finalizou.
Fotos: Mariane Smith, Ascom
Texto: Júlia Marques, estagiária de jornalismo.
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