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“VetKids”: crianças aprendem sobre cuidado com os animais e o dia a dia do médico veterinário

  • Publicado: Segunda, 09 de Setembro de 2024, 15h17
  • Última atualização em Segunda, 09 de Setembro de 2024, 15h18

Sensibilizar as crianças através de atividades lúdicas para despertar o interesse pela medicina veterinária. Esse é o objetivo do VetKids, uma iniciativa da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).

No projeto, são realizadas várias atividades direcionadas ao público infantil entre 6 e 12 anos. A partir de uma linguagem lúdica e dinâmica, as crianças aprendem sobre o dia a dia do médico veterinário, algumas zoonoses (doenças transmitidas dos animais aos humanos e vice-versa) e a importância do manejo correto e do cuidado com os animais. Durante a dinâmica, as crianças vestem jalecos, toucas, luvas e máscaras, tornando a experiência ainda mais divertida e atrativa.

O VetKids é desenvolvido pelo Grupo GAIA (Grupo de Estudo e Pesquisa em Andrologia, Inseminação Artificial, Sanidade e Melhoramento Genético de Bovinos e Bubalinos) em colaboração com o Programa de Educação Tutorial em Medicina Veterinária (PETVet). A atividade teve início em 2016 e, desde a primeira ação, busca colaborar na formação de cidadãos mais conscientes e responsáveis.

 “Elas repetem e replicam em casa o que aprenderam conosco. A linguagem lúdica não é só uma brincadeira, é para ensinar e aprender”, disse o professor Rinaldo Viana, coordenador do PETVet e líder do Grupo GAIA. De acordo com o professor, as atividades do projeto são baseadas em três vertentes principais: a guarda responsável dos animais de companhia, a conservação ambiental e as doenças zoonóticas.

“Queremos possibilitar que as crianças reflitam sobre o que significa ter um animal de companhia em casa, seja ele um cão, um gato ou outro pet, pois isso requer responsabilidade. Tratamos de assuntos como a alimentação, o carinho e a atenção”, comenta.

Uma das atividades interativas realizadas pelo VetKids diz respeito aos recursos faunísticos, buscando chamar a atenção dos pequenos para a necessidade da conservação ambiental. “Nós temos uma atividade com uma tartaruga de pelúcia chamada Bacuri. Quando simulamos que a Bacuri ingere uma tampinha de garrafa, papel de bombom ou de chocolate, porque confunde com alimento, a Bacuri fica doente e precisa de uma cirurgia para retirar tudo isso do estômago”, diz. Nessa atividade, as crianças participam como se fossem médicos, realizando a cirurgia e aprendendo sobre preservação e como o lixo jogado nos rios e mares afeta a saúde dos animais.

Em outra atividade, as crianças aprendem sobre a raiva, uma doença infecciosa viral. O grupo explica como a infecção é transmitida dos cães para os humanos e, para isso, utiliza uma casinha do cachorro que tem morcegos pendurados. “Quando simulamos que o morcego infectado pelo vírus da raiva morde o cachorro, chamamos a atenção para a necessidade da vacinação, para que a criança cobre essa ação das famílias”, diz o professor.

Outra atividade, que busca ensinar sobre zoonoses, simula uma praia. Nela tem dejetos de cachorro porque alguém levou o pet e não retirou esses dejetos do local. “Com isso, a criança pode adquirir o bicho geográfico, que é bastante comum na nossa região. E falamos de todos os cuidados que você tem que ter ao levar um animal para a praia, um cachorro ou um gato”, diz o professor Rinaldo Viana. O bicho geográfico é uma doença de pele causada por uma verminose, a larva migrans cutânea, que gera irritação e coceira em quem se contamina.

Recentemente, o projeto também inseriu uma nova dinâmica: o VetKids na Fazenda. A atividade se chama “De onde vem o leite?”, na qual as crianças têm acesso a um animal de brinquedo e aprendem como é ordenhar uma vaca.

Atualmente, o VetKids conta com a parceria da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (SECTET) e do Bosque Rodrigues Alves para realizar as dinâmicas em eventos organizados por eles.

Segundo o professor Rinaldo Viana, o projeto também é uma oportunidade para os alunos do curso de Medicina Veterinária da Ufra, que fazem parte do PETVet e do Grupo GAIA, transmitirem o conhecimento que adquiriram para um público não especialista. “Os alunos da graduação preparam tudo, eles que realizam as atividades. É uma forma também de sensibilizar os alunos de medicina veterinária para sua formação como cidadãos e bons profissionais”, diz. A equipe do VetKids conta com cerca de 31 integrantes e já realizou a ação com 1.590 crianças desde o início do projeto até o final de 2023.

Sobre o PETVet - UFRA

          O Programa de Educação Tutorial em Medicina Veterinária (PETVet) é uma iniciativa ligada ao Ministério da Educação (MEC), orientada pelos princípios da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, bem como da educação tutorial. O programa busca proporcionar aos alunos do curso de graduação em Medicina Veterinária da instituição a realização de atividades extracurriculares que complementem sua formação acadêmica, procurando atender de forma mais plena às necessidades do próprio curso. Um dos objetivos do PETVet é aprofundar os objetivos e os conteúdos programáticos que integram a grade curricular da graduação em Medicina Veterinária.

Sobre o Grupo GAIA

          O Grupo de Estudo e Pesquisa em Andrologia, Inseminação Artificial, Sanidade e Melhoramento Genético de Bovinos e Bubalinos (GAIA) tem como objetivo desenvolver soluções para o incremento da pecuária regional, aumentando a produtividade e, com isso, diminuindo a necessidade de expansão de novas fronteiras agrícolas, visando à segurança e soberania alimentares nacionais. O grupo visa: desenvolver pesquisas em sanidade e biosseguridade aplicadas à pecuária, buscando soluções mais eficazes para o diagnóstico, tratamento e controle das doenças que acometem os animais de fazenda; incentivar o desenvolvimento de pesquisas básicas e aplicadas sobre nutrição e doenças nutricionais, e sua interrelação com a reprodução em bovinos e bubalinos; incentivar o desenvolvimento de pesquisas em biotécnicas aplicadas à reprodução em bovinos e bubalinos; promover estudos sobre bem-estar animal e melhoramento genético de bovinos e bubalinos; e fortalecer a buiatria nacional por meio da capacitação de recursos humanos voltados para atuação na área.

 

Fotos: Arquivo do projeto.

Texto: Júlia Marques, estagiária de jornalismo.

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