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Programa incentiva a compostagem como alternativa para destinação de resíduos sólidos

  • Publicado: Segunda, 15 Abril 2024 16:08
  • Última Atualização: Segunda, 15 Abril 2024 16:37

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De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública (ABRELPE), em 2022, foram gerados mais de 81 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos no Brasil. Parte desses resíduos gerados nas cidades são orgânicos de origem vegetal ou animal.  Segundo o professor Gilson Matos, doutor em Agronomia e docente na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), de 50 a 70% desse material orgânico poderia ser todo compostado. “Mas, infelizmente, ele vai compor os resíduos sólidos nos lixões ou aterros. Isso perfaz  um inconveniente, porque aumenta o volume de lixo que é despejado nesses locais, que ficam rapidamente saturados . Além disso, a decomposição não controlada  dos resíduos orgânicos levam a formação e despejo de chorume no ambiente, que causa mau cheiro e atrai animais indesejados nesse material”, diz o professor Gilson Matos.

O professor é tutor no Programa de Educação Tutorial em Ciências do Solo (Pet Solos) da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). No Pet solos, desenvolvido junto a alunos bolsistas dos cursos de graduação em Agronomia, Engenharia Florestal e Engenharia Ambiental e Energias Renováveis, as ações são voltadas às aplicações e a importância das Ciências dos Solo. Entre as ações está o projeto “O uso do composto orgânico nas melhorias das propriedades do solo e na produção das plantas”. Por meio dele, o grupo realiza a prática de compostagem em uma área demonstrativa, localizada dentro da universidade, a partir da implementação de leiras estáticas, além de proporcionar diversas oficinas sobre o assunto para o público interno e externo da Ufra.

O objetivo do projeto é a produção de um composto orgânico e de um biofertilizante, ambos derivados desse processo de compostagem, que podem ser usados para a fertilização do solo. Para esse processo, são utilizados os resíduos orgânicos gerados por uma empresa de hortifruti parceira, localizada dentro do complexo da CEASA-Pará (Central de Abastecimento do Pará), caroços de açaí derivados de batedores próximos à universidade e resíduos de podas da arborização urbana de Belém fornecidos pela Equatorial Energia. A compostagem é uma tecnologia que aumenta a eficiência dos processos de reciclagem de resíduos orgânicos para que possam ser reaproveitados na agricultura na forma de adubo ou substratos para cultivos de plantas.

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O PET Solos produz para cada leira de compostagem com dimensões de 1 m² por 1 m de altura aproximadamente 60 litros de biofertilizante e cerca de uma tonelada de composto orgânico, esse volume varia de acordo com o material utilizado. Os compostos e biofertilizantes resultantes do processo de compostagem realizado pelo Pet Solos são utilizados pelo grupo como adubo nas áreas de cultivo e, também, são doados para a comunidade acadêmica da universidade que estejam desenvolvendo experimentos.

Durante as oficinas os participantes podem acompanhar todas as etapas do processo de uma leira estática para a prática de compostagem, a partir da coleta dos resíduos orgânicos na CEASA/Pará, além de discutir assuntos ligados ao solo e educação ambiental.

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Segundo o professor Gilson Matos, a adição ao solo, tanto do composto, quanto do biofertilizante, é uma forma de melhorar a fertilidade do local. “Como o composto orgânico é matéria orgânica estabilizada, ele fornece um benefício primeiro físico, uma vez que sua aplicação recobre a superfície do solo e evita o principal processo de degradação do solo: a erosão. A erosão hídrica é considerada um processo grave pois retira as camadas férteis do solo. Quando você adiciona adubo orgânico, ele protege essas camadas superficiais férteis, evitando esse processo” explica.

Cerca de 95% da produção mundial de alimentos depende do solo. Segundo o Mapa de Potencialidade Agrícola Natural das Terras do Brasil, divulgado no final de 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo menos 29,6% dos solos brasileiros tinham boa potencialidade ao desenvolvimento agrícola, mas apenas 2,3% se encaixam na nomenclatura “muito boa”.

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O professor explica que o composto fornece nutrientes essenciais para o crescimento das plantas e serve como um adubo para elas. “Na agropecuária, o composto  é usado como complementar aos fertilizantes comerciais minerais ou pode vir substituindo maior parte dos adubos convencionais, pois possui todos ou a maioria dos nutrientes, como nitrogênio, fósforo e potássio. É um material natural e tem muitos benefícios para o solo. Ele aumenta a atividade dos microrganismos do solo e melhora a retenção de água, o solo permanece mais úmido por mais tempo, fornecendo água para as raízes das plantas”, complementa. Ainda segundo ele, o biofertilizante resultante desse processo de compostagem é caracterizado como um fertilizante rico em nutrientes exercendo efeitos positivos diretos e indiretos nas plantas cultivadas, o que resulta em um aumento de sua produtividade, tornando-se uma alternativa sustentável para melhorar o rendimento das culturas em solos com baixa fertilidade.

Sobre o Pet Solos

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O Programa de Educação Tutorial em Ciência do Solo (Pet Solos) é uma iniciativa ligada ao Ministério da Educação (MEC) orientada pelo princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e da educação tutorial. As ações realizadas pelo Pet são voltadas para às aplicações e a importância das Ciências dos Solos e são realizadas com a tutoria de um docente, com a finalidade de colaborar para o desenvolvimento da formação acadêmica, profissional e pessoal dos petianos. Entre as atividades desenvolvidas pelo Pet Solos estão: análises laboratoriais de amostras de solos, implementação de experimentos, bem como a coleta e interpretação de dados, elaboração e colaboração em publicações científicas, compostagem, ações de capacitação, interpretação e recomendação de análises de solo e plantas.

Interessados podem acompanhar as atividades desenvolvidas pelo Pet Solos no instagram do grupo

Texto: Júlia Marques, estagiária de jornalismo.

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