Ufra participa de “I Conferência para Uma Amazônia que Queremos”
A Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) foi uma das instituições convidadas para a “I Conferência para Uma Amazônia que Queremos”, realizada pelo Painel Científico para a Amazônia (SPA, sigla em inglês) com colaboração do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). A abertura foi na última quarta-feira, 8, no teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, em Belém, e teve como painel "A Amazônia no centro do desenvolvimento sustentável do Brasil".
O evento ofereceu um espaço de escuta e divulgação de propostas para a conservação do bioma amazônico, com sua imensa biodiversidade e desenvolvimento regional sustentável. Na Conferência a Ufra contou com 25 pesquisadores apresentando seus trabalhos para as autoridades presentes.
Belém é a candidata brasileira a receber a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30) em 2025 e o debate ajudará nas sugestões de temas que o SPA deve considerar para o seu Plano Estratégico 2023-2025.
A reitora Herdjania Veras de Lima e outros membros da gestão da Ufra estiveram presentes na abertura do evento que contou com a presença do governador do estado do Pará, Helder Barbalho; o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Brasil (MMA), João Paulo Capobianco; a secretária nacional de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Márcia Barbosa; Roberto Waack, os Co-presidentes do SPA, Carlos Nobre e Marielos Peña-Claros e demais autoridades do Governo Federal.
Pesquisa na Rural
Pesquisadores da Ufra estiveram presentes no evento apresentando seus trabalhos. Um deles foi Nauara Lage Filho, pós doutorando do Programa de Pós Graduação em Saúde e Produção Animal (PPGSPAA). O trabalho dele vem de uma parceria entre a Ufra e a UNESP de Jaboticabal e tem como título “Mudanças de uso da terra e seus impactos no estique de carbono e missão de gases do efeito estufa”, que busca investigar quais os possíveis impactos causados pela conversão de áreas de floresta em áreas de pastagem e agricultura. O experimento foi realizado no município de Nova Esperança do Piriá, nordeste do Pará, que está localizado dentro do arco do desmatamento do estado.
“A conferência veio nos mostrar os efeitos que o desmatamento e outros fatores externos causam com o meio ambiente e a biodiversidade do local, além de buscar possíveis soluções para minimizar os impactos acusados. As emissões de gases afetam diretamente as mudanças climáticas da região, portanto, ter a oportunidade de levar meu trabalho até a conferência e expor para autoridades do assunto foi de grande valor, uma vez que o próximo passo do projeto é encontrar estratégias que venham a mitigar a emissão dos gases e aumentar o estoque de carbono pelos sistemas produtivos, afim de mostrar que a agropecuária não é uma vilã do meio ambiente”, comentou Nauara Filho.
O Pará é o maior produtor de cacau do Brasil e foi sobre a qualidade do solo desse fruto que a doutoranda do Programa de Pós-graduação em Agronomia (PGAGRO), Peola Souza, apresentou seu painel na Conferência. O cacau cultivado nos solos de várzea é usado para a produção de chocolate selvagem e ela explica que toda característica química, física e a microbiologia reflete diretamente na qualidade do fruto.
“É importante mostrar que na Ufra desenvolvemos pesquisas que evidenciam o potencial agro extrativista da Amazônia, pois a exploração do cacau de várzea é uma atividade agro extrativista. Além disso, mostra a importância dessa atividade para a conservação dos solos de várzea, por ser uma atividade de baixo impacto”, explicou Peola Souza.
Por: Bruno Chaves – jornalista. Ascom/Ufra
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