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É tempo de florada: Ipês colorem parques e avenidas

  • Publicado: Quarta, 24 de Agosto de 2022, 11h33
  • Última atualização em Quarta, 24 de Agosto de 2022, 12h33
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Com tons de rosa, roxo, amarelo e branco, eles já estão colorindo as ruas e avenidas do estado. Estamos no tempo da florada dos Ipês, árvores que possuem dezenas de espécies catalogadas e conseguem alcançar 10 metros de altura. 

Os ipês estão presentes em todos os biomas brasileiros e a floração ocorre de forma anual. "Na Amazônia a florada ocorre geralmente no período de julho a setembro, quando há menos chuvas. O ipês não necessariamente florescem ao mesmo tempo. Se as chuvas se estenderem, atrasa a floração, se forem mais curtas, a florada começa mais cedo”, explica o professor Felipe Fajardo, doutor em botânica e docente na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), campus Capitão Poço. Além de colorirem a cidade, nesse período as árvores recebem visitantes que são muito bem vindos. “Elas atraem os visitantes florais, como o beija-flor e as abelhas, que são essenciais na manutenção dos ecossistemas”, diz.

Uma exuberância que dura poucos dias, o que faz parte do ciclo natural da planta. Segundo o pesquisador, normalmente, após o período de floração, a planta perde as folhas e frutifica, o que também pode ocorrer ao mesmo tempo em uma mesma árvore. “Essas sementes, conhecidas como sementes aladas, são carregadas pelo vento, o que só é possível no verão. O ipê floresce rápido para que ocorra a dispersão dessas sementes (ainda no período menos chuvoso) e consequentemente a propagação da espécie”, explica. Passada a florada e a frutificação, a planta encerra o ciclo e aguarda o período de chuvas, investindo em seu crescimento e manutenção.

Mas não é em todo lugar que um ipê deve ser plantado. Felipe Fajardo diz que a árvore tem um crescimento inicial rápido e pode alcançar os três metros em apenas dois anos. “Como é uma árvore de grande porte, é importante que ele seja plantado em espaços abertos, como praças e avenidas, longe de fiações elétricas”, diz. Ele afirma que o crescimento vai variar principalmente de acordo com o clima, solo e luminosidade. Mesmo assim, ainda há quem queira cultivar um ipê em casa, com pouco espaço. “Não recomendamos, justamente por ser uma árvore que precisa de uma área maior. Mas, caso ocorra o cultivo, teria que ter cuidados adequados, que começam com a escolha do tamanho do vaso. Vale destacar que algumas pessoas cultivam ipês como bonsais”, diz.

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Em Belém, Avenida Almirante Barroso concentra um corredor de ipês. Foto: Felipe Fajardo

Embora o que esteja mais em evidência seja a floração, o ipê é uma árvore utilizada em vários outros segmentos, que vão da indústria madeireira, com o tronco sendo utilizado para fabricação de móveis, instrumentos musicais e na construção civil, até a utilização na medicina popular. “Nós conhecemos relatos de pessoas que utilizam a casca do ipê na medicina popular, para fazer infusões, ou que maceram as folhas para auxiliar nas cicatrizações e inflamações”. Segundo o professor, também há quem use o ipê como Planta Alimentícia não Convencional (PANC). “A utilização da flor como PANC tem ganhado cada vez mais adeptos. É possível encontrar receitas específicas com a flor, utilizadas em saladas cruas e até mesmo em pratos mais sofisticados”, diz.

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Flor do ipê tem sido utilizada como Planta Alimentícia não convencional (PANC). Foto: Vanessa Monteiro

Belém

Na capital paraense, o canteiro central da Avenida Almirante Barroso concentra um grande número de exemplares da espécie. Segundo levantamento florístico feito pela equipe do professor Cândido Ferreira e da professora Joze Melissa, só no bairro do Marco existem em torno de 300 exemplares da espécie. Também é possível encontrá-los em praças e parques, como o Parque do Utinga, Praça Dom Pedro e Praça do Pescador. No campus da UFRA – Belém, é possível encontrar ipês amarelos (Handroanthus serratifolius); brancos (Tabebuia roseoalba); roxos (Handroanthus impetiginosus) e rosas (Tabebuia aurea). 

Texto: Vanessa Monteiro, jornalista, Ascom Ufra

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