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Lugar na Memória – Conheça a história contada por três mulheres que tiverem diferentes papéis na formação da Ufra

Publicado: Segunda, 08 de Março de 2021, 17h55 | Última atualização em Segunda, 08 de Março de 2021, 18h27 | Acessos: 4722

Ao longo do tempo, a memória de muitas mulheres deixou de ser registrada. Realocadas, delegadas ao cargo de “ajudantes”, ou simplesmente não registradas nas obras, mulheres que realizaram grandes feitos por vezes são desconhecidas, ou foram esquecidas. Essa matéria busca fazer o trajeto inverso, e dá voz para que três mulheres relatem suas histórias. Elas estão diretamente ligadas à história da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e à sua memória.

A fundação da Editora da Ufra – Edufra

 

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Marly Sampaio durante lançamento de livros pela Edufra. Foto: Memorial Fotográfico da Ufra

Em 1971, foi lançado o 1ª Boletim da Escola de Agronomia da Amazônia, com o título "Possibilidades Agro-climáticas do Município de Altamira, (Pará)", de autoria dos Professores Francisco Barreira Pereira e José de Souza Rodrigues.

Em 1976, já como Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP), essas publicações passaram a ser de competência do Serviço de Documentação e Informação da FCAP (SDI) que abrangia a biblioteca, o arquivo e a divulgação. Vinculado à Unidade de Apoio ao Ensino (atual Pró-reitoria de Ensino), o SDI era responsável por resguardar o acervo da biblioteca, oferecer suporte às atividades de ensino, pesquisa e extensão, realizar  o serviço de fotocópias, serviços gráficos e também editorar informes e boletins.

Em 1981 o setor era chefiado pela bibliotecária Sandra Bordallo Robilotta, que contratou como estagiária a então estudante Marly Maklouf dos Santos Sampaio. Anos depois, com a saída de Sandra, Marly Sampaio se tornou chefe do SDI e também responsável pelo chamado “serviço de publicações”.

“Com uma demanda significativa de obras para publicar e levando em consideração as avaliações institucionais cujas publicações tinham grandes requisitos para elevar o seu nível,  passamos a nos preocupar com a  criação de uma editora, sendo os professores nossos  grandes incentivadores com suas ideias para sua estruturação. Foi então que começamos a estruturar a base da Editora formando uma Comissão Editorial, Conselho Editorial  e a criação das normas para submissão e aceitação de obras para publicação", explica Marly Sampaio, já aposentada da instituição.

O nome Edufra foi aprovado pela Comissão Editorial. Todos os livros lançados pela editora tem exemplares disponíveis nas bibliotecas da Ufra. "Esse é um legado importante, especialmente na área de divulgação da ciência na universidade, quanto no ensino, na pesquisa e na extensão. É importante mostrar o que está sendo produzido na universidade, é pelas publicações que você consegue ver o nível de excelência da instituição, além de inspirar professores a divulgar seus trabalhos e incentivar parcerias com outras instituições. Eu me sinto muito grata por ter feito parte dessa história”, diz.

A editora é cadastrada no ISBN, e também encaminha um exemplar de cada obra publicada à Fundação Biblioteca Nacional em cumprimento à Lei de Depósito Legal n. 10.994, de dezembro de 2004. A Edufra está vinculada à Associação Brasileira das Editoras Universitárias (ABEU) e participa da coedição de obras em parceria com outras editoras e instituições de pesquisa. Desde sua criação, publicou aproximadamente 170 títulos distribuídos em Livros, Cartilhas, Folhetos e Séries. As obras podem consultadas e adquiridas pelo site: portaleditora.ufra.edu.br, onde também é possível encontrar obras digitalizadas e com acesso online gratuito.

 

Divulgação científica e relacionamento com a imprensa

liaJornalista Lia Santos em cobertura de eventos distintos

A divulgação científica, o contato com os veículos de mídia, o acompanhamento do que é publicado sobre a universidade na imprensa (clipping), as entrevistas com os pesquisadores, sugestões de pautas e o gerenciamento de crises são alguns dos trabalhos desenvolvidos por uma assessoria de comunicação. Em 1985, e por vários anos consecutivos, essas funções foram executadas por apenas uma mulher: a jornalista Jovelia Santos, ou Lia Santos, como prefere ser chamada.

A Assessoria de Comunicação da Ufra surgiu em maio de 1985, com a chegada da jornalista no quadro da então Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP). “Em 1984, o Governo Federal, através do Ministério da Educação, abriu vaga para as universidades contratarem profissionais de Comunicação Social para formarem suas Assessorias de Comunicação, então entrei com o objetivo de implantar a comunicação na instituição. Como fui contratada como Técnica em Comunicação Social, minhas atividades não eram só as de jornalista, mas de implantar as atividades de comunicação da entidade a partir da divulgação de eventos de ensino, pesquisa, extensão, bem como dos eventos culturais, artísticos e administrativos”, diz Lia Santos.

Recém-formada e ainda com pouca experiência na área, foi preciso encarar o desafio pioneiro de implantar a Ascom e ser a primeira jornalista da Ufra. No início, a assessoria era vinculada à Unidade de Apoio à Extensão. Três meses mais tarde, foi vinculada ao Gabinete da Diretoria, hoje Reitoria. E o trabalho na assessoria não terminava com a apuração das notícias e a escrita. Ainda sem computadores e acesso à internet, todo o material era produzido à mão ou em máquina de escrever.

“Na época, eu tinha que datilografar os releases [sugestões de matérias para a imprensa] na máquina de escrever e levá-los pessoalmente, até às 16h, às redações dos três jornais locais, que eram A Província do Pará, O Liberal  e Diário do Pará, todos localizados no centro comercial de Belém. Geralmente, o assunto do release era o mesmo para todos, mas os textos tinham que ser produzidos de acordo com o estilo de cada jornal ou de cada coluna para as quais fossem encaminhados”, diz. Com o surgimento do fax e o envio dos releases pelo aparelho, as visitas às redações passaram a ocorrer somente quando necessárias.

Lia Santos criou os primeiros informativos internos de notícias da universidade. Até a chegada do apoio de estagiários, todo o trabalho era feito apenas pela jornalista. Para a produção dos informativos era preciso muita cola e tesoura. Isso porque o material era datilografado, recortado e só assim diagramado, manualmente, com os recortes sendo colados nos espaços que iam formando a publicação, impressa pela gráfica.

Dos trinta anos como servidora da Ufra, vinte foram à frente da gerência da Ascom. Atualmente aposentada da universidade, a jornalista foi uma das responsáveis pelos informativos Jornal da FCAP,  “JFCAP QUEM, e QUEM”, “Fcap Express”, além da orientação de dezenas de estagiários de comunicação, acompanhamento e registro de momentos históricos da universidade, e juntamente com os demais membros da equipe trabalhou no cerimonial, em eventos e na pesquisa e elaboração do Memorial Fotográfico, publicação impressa feita nos 60 anos da universidade, e que reuniu informações históricas e registros produzidos ao longo da existência da Ufra.

Muitas foram as que vieram antes, muitas são as inspirações de agora.

Essa é a primeira de uma série de matérias-memória que serão publicadas ao longo das comemorações dos 70 anos da universidade. Tem alguma sugestão? Podes contribuir com algum registro? Mande pra gente: ascom @ufra.edu.br

Texto: Vanessa Monteiro, jornalista, Ascom Ufra

Fotos: Memorial Fotográfico da Ufra, arquivo pessoal das entrevistadas.

 

 

 

 

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