Professores da Ufra orientam sobre destinação correta dos resíduos domésticos
A situação de pandemia que o mundo vive hoje alterou a rotina de bilhões de pessoas. Com aulas suspensas, trabalho remoto e as recomendações de distanciamento social, famílias inteiras passaram a ficar reclusas 24 horas por dia em casa e, com isso, houve um importante aumento na geração de resíduos domésticos.
A professora Paula Pinheiro, da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), explica: “Antes, a geração dos resíduos era feita de forma individualizada. Por exemplo, em uma família de quatro pessoas, o pai e a mãe trabalhavam fora e as crianças passavam parte do tempo na escola. Agora, todos esses quatro moradores estão vivendo, cozinhando e se alimentando sempre naquele mesmo ambiente. A tendência é que essa produção aumente consideravelmente”.
A coleta seletiva é uma importante aliada para a diminuição dos impactos ambientais causados pela geração de lixo nas residências. A professora explica que o trabalho das cooperativas que coletam material reciclável porta-a-porta é essencial para diminuir a quantidade de resíduo que acaba sendo descartada em aterros sanitários. Com as medidas de isolamento social, no entanto, alguns desses serviços foram suspensos. Caso não seja possível encontrar uma cooperativa que faça a coleta, uma alternativa é guardar materiais como plásticos, papéis, garrafas e latas – já lavados e secos – e aguardar até que seja possível fazer a entrega.
Resíduos orgânicos
Mas não são apenas os recicláveis que podem ser reaproveitados. O professor Luís Augusto Silva de Sousa, também da Ufra, explica que a compostagem caseira pode ser uma ótima alternativa para aproveitar os resíduos orgânicos e produzir adubo e biofertilizante líquido. Esses produtos finais podem ser usados para fazer uma horta caseira, cultivar plantas ornamentais e até gerar uma renda extra. Segundo ele, a separação correta de recicláveis e orgânicos pode reduzir em até 70% os resíduos domésticos.
Para fazer uma composteira em casa, basta utilizar três baldes grandes com tampa, do tipo margarina ou manteiga com capacidade para 20 litros, que deverão ser furados e empilhados, conforme as imagens do banner, e colocados em um local ao abrigo do sol e da chuva. Deve-se fazer furos no fundo e na lateral superior nos dois boldes que ficarão em cima e recortar o centro de duas das tampas. Os furos laterais podem ser cobertos com tecido tipo TNT para evitar o aparecimento de moscas e larvas. Para a preparação, podem ser usados restos de legumes e frutas (exceto cítricos), cascas de ovos e até borra de café. Uma boa dica é manter na cozinha três pequenas lixeiras: uma destinada aos recicláveis, outra aos orgânicos/compostagem e outra ao aterro sanitário, facilitando, assim, a destinação correta de cada um.
Descarte de máscaras descartáveis
Em se tratando da pandemia, alerta a professora Paula Pinheiro, a questão mais urgente hoje é a geração de resíduo potencialmente contaminado com o vírus causador da Covid-19, especialmente luvas e máscaras, que estão sendo muito utilizadas. “Este é um tipo de resíduo que não iria para o aterro sanitário até pouco tempo atrás, então é uma situação urgente que precisa ser levada em consideração”. Esses materiais, quando usados por pessoas contaminadas ou com suspeita de contaminação ou, ainda, por pessoas que se expuseram ao vírus indo, por exemplo, ao supermercado, devem ser armazenados em sacos resistentes e bem fechados, permitindo que esses resíduos sejam descartados em um ambiente separado no aterro sanitário, se houver.
Para gerar menos lixo com potencial contaminador, a alternativa são as máscaras de tecido, que podem ser feitas em casa. “Você vai ao supermercado e, na volta, deixa a máscara de molho por 30 minutos em uma solução com água sanitária. Assim, poderá usá-la outras vezes”. Confira as recomendações do Ministério da Saúde para confeccionar uma máscara caseira: https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/46645-mascaras-caseiras-podem-ajudar-na-prevencao-contra-o-coronavirus
Texto: Jussara Kishi – jornalista Ascom Ufra
Com informações da profa. Paula Pinheiro, do prof. Luís Augusto Silva de Sousa e do estudante do 3º semestre de Agronomia Mateus Correia Lima.
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